• Vírgula:
1. Termos essenciais
Os termos essenciais da oração, seus constituintes básicos, não se separam por vírgula. Sendo assim, sujeito e predicado NÃO se separam por vírgula, mesmo quando o sujeito é longo e a pausa é feita na fala. O mesmo vale para os demais termos integrantes como complementos verbais (objeto direto e indireto) e complementos nominais. Exemplo: A intensa luta pelo aprimoramento das instituições democráticas deve ser mantida./ A busca de liberdade conduz o homem a atitudes heróicas.
2. Termos acessórios
a) Adjuntos adnominais: Não se separam por vírgula os adjuntos adnominais dos substantivos a que se referem.
b) Adjuntos adverbiais: A posição natural dos adjuntos adverbiais é seguida ao verbo que modificam. Quando eles saem de sua posição lógica, são separados por vírgula. Exemplo: Ontem, num belo transatlântico, retornou de viagem./ No aeroporto internacional, esperavam-se várias autoridades.
*Obs.: Gramáticos mais modernos dispensam o uso da vírgula quando o adjunto adverbial deslocado é de pequena extensão. Porém, o uso permanece se o intuito for o de realçar o adjunto. Exemplo: Amanhã ele chegará ao Brasil./ Hoje recebi um e-mail estranho./ Hoje, acredito em Deus (adjunto realçado).
c) Aposto: O aposto deve obrigatoriamente ser separado do termo a que se refere por vírgula ou por dois pontos. Exemplo: Brasília, capital da República, foi fundada em 1960./ Exigem-se três documentos: registro geral, certidão de nascimento e certidão de casamento.
d) Vocativo: Por ser um termo que não pertence nem ao sujeito nem ao predicado, deve ser sempre separado por vírgulas, qualquer que seja sua posição na frase. Exemplo: O tempo não é, meu amigo, nosso empregado./ Amigos, não há problema.
3. Outros usos
a) A vírgula separa palavras e expressões interpositivas de natureza explicativa, continuativa, conclusiva, retificativa ou enfática de um modo geral, tais como: além disso, aliás, a saber, assim, bem, com efeito, como dizer, demais, depois, então, isto é, enfim, ou melhor, etc. Exemplo: Tinha, em verdade, uma singular organização./ Com efeito, a carta foi entregue no dia certo./ Ficamos, assim, livres dessa vergonha.
b) Usa-se vírgula para separar termos repetidos. Exemplo: Problemas, problemas, problemas, quantos problemas!/ Sua casa estava limpinha, limpinha.
c) Usa-se vírgula para separar palavras de mesma função sintática. Exemplo: Minha casa tem quatro dormitórios, dois banheiros, duas salas e bom quintal.
*Obs.: 1. Não há obrigatoriedade de usar a conjunção “e” entre a última e a penúltima palavra. Exemplo: Minha casa tem quatro dormitórios, dois banheiros, duas salas, bom quintal.
2. As conjunções “e”, “nem” e “ou” dispensam a vírgula quando ligam palavras ou expressões de pequena extensão. Exemplo: Comprou cigarros e fósforos./ Não comprou cigarros nem fósforos./ Os mendigos pediam dinheiro ou comida?
3. Quando as conjunções e, ou e nem vêm repetidas numa enumeração, costuma-se separar por vírgula os elementos coordenados. Exemplo: Compraram roupas, e sapatos, e jóias, e bolsas, e tudo o mais.
4. Pode-se, ainda, usar vírgula antes de “e”, “nem” e “ou” quando empregados enfaticamente. Exemplo: Você está procurando uma casa, ou um palacete? Não saio de casa com essa chuva, nem morto!
d) Usa-se a vírgula para separar termos deslocados de sua posição normal na oração ou que quebram uma sequência sintática. Exemplo: As laranjas, você chegou a comprar?/ O ministro, segundo recomendação médica, deve permanecer em repouso absoluto.
e) Emprega-se a vírgula antes do “sim” e do “não”, usados como resposta, no início da frase. Exemplo: Sim, vou viajar amanhã./ Não, não poderei comparecer.
f) Separa-se, por meio da vírgula, em datações, o nome do lugar. Exemplo: São Paulo, 16 de Setembro de 2010.
g) Emprega-se a vírgula para indicar a supressão de uma palavra ou grupo de palavras. Exemplo: “O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca”. (Raul Pompéia).
*Continua no próximo tópico.
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